Obra aborda os principais representantes da educação da infância, dos séculos XVI e XVII, analisando suas ideias sobre práticas educativas e escolares cotidianas
A escola moderna tem uma fisionomia própria que a diferencia de suas antecessoras. É aquela que se dedica, ao mesmo tempo, a ensinar saberes e a formar comportamentos: tem por intuito instruir e civilizar. Essa dupla lógica se ergue à frente dos historiadores da educação como um verdadeiro desafio a ser enfrentado. A liturgia escolar na Idade Moderna (Papirus, 320 pp., R$ 79,00) é fruto de muitos anos de estudo e reflexão derivados da docência nas áreas de história e filosofia da educação de Carlota Boto.
“São os usos e os costumes da escola que compõem os modos perante os quais ela se estrutura. A escola é sua existência. E, portanto, a escola é sua história. Por isso mesmo, para pensar na escola que desejamos, é necessário meditar sobre a escola que recebemos. A história que vamos contar perpassa a Renascença e o século XVII”, explica a autora na Introdução do livro.
A apresentação e a análise da obra de autores clássicos – Erasmo, Montaigne, Lutero, Calvino, Juan Luis Vives – alicerçam a construção do texto, tecido em constante diálogo com pensadores de hoje, especialmente os que abordam os conceitos de educação, escola, civilidade, cultura e cultura escolar.
O objetivo da obra é analisar as matrizes culturais da escola moderna pelo estudo das práticas escolares postas em vigor em distintos locais e épocas. Para isso, toma como ponto de partida momentos históricos relevantes que tiveram inegável contribuição para a difusão da cultura das letras e para o surgimento da escola moderna: a invenção da imprensa; a Reforma protestante; a Contrarreforma católica; a elaboração do Ratio Studiorum jesuítico; a publicação da Didática magna, de Comenius, e do Guia das escolas cristãs, de La Salle, entre outros.
A liturgia escolar na Idade Moderna é leitura obrigatória a todos os que trabalham com o ensino da história da educação e a estudantes de cursos de Pedagogia e especializações várias no campo da educação.
Sobre a autora:
Carlota Boto é professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp), onde leciona Filosofia da Educação, e pesquisadora do CNPq. Graduada em Pedagogia e História, é mestre em História e Filosofia da Educação pela Feusp, doutora em História Social pela FFLCH/USP e livre-docente em Filosofia da Educação pela Feusp. Também atuou como docente de História da Educação na Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara, e na Universidade Presbiteriana Mackenzie.