7 mares

Lançamento traz conversa entre Mario Sergio Cortella e Rossandro Klinjey, sobre a vida, suas dores e alegrias

Saber nomear e entender a própria dor é fundamental para conseguirmos organizar nossos sentimentos e escolher o rumo que queremos seguir. Em As quatro estações da alma: Da angústia à esperança (7 Mares, 160 pp., R$ 59,90), o filósofo Mario Sergio Cortella e o psicólogo Rossandro Klinjey – unindo seus conhecimentos e suas vivências –, falam sobre os desertos que atravessamos no inverno da alma e a importância de acolhermos as angústias que nos afligem e lidarmos com elas.

Para os autores, é muito importante que possamos olhar para dentro de nós mesmos e enfrentar – por que não contemplar? – aqueles momentos em que tudo parece mais difícil. “Quando nos conformamos com algo, assimilamos aquela forma. Ficamos conformados. E, conformados, perdemos nossa identidade e nossa capacidade ativa”, afirma Cortella. “Não pular etapas da vida, não fugir da dor, mas enfrentá-la e aceitá-la é o que nos permite crescer e evoluir. Cada etapa, cada dor enfrentada é uma
oportunidade para amadurecer e se transformar”, ressalta Rossandro.

Apesar de vivermos um momento de muitas informações, dados e tecnologias, o futuro continua sendo uma incerteza. Isso acaba gerando “uma angústia coletiva, um sentimento de estar à deriva em um oceano de possibilidades desconhecidas”, pontua Rossandro. Segundo o autor, “é assim que a ansiedade e o medo frequentemente nos retêm, fazendo-nos temer o fracasso e a incerteza do desconhecido. Em vez de nos lançarmos em novas experiências, optamos pela hesitação ou pela comodidade dos caminhos já trilhados”.

O livro traz também uma reflexão sobre as redes sociais, que querem ditar uma vida de festa e eterna felicidade. Os autores lembram que existe uma diferença entre ilusão e mentira, pois a dor também existe, e é necessário reconhecê-la para não sermos por ela dominados e não perdermos nossa capacidade de ter esperança. “Seja mesmo como estação do ano, seja como símbolo, há momentos invernais que não são momentos infernais. Isto é, o inverno como percepção de algum recolhimento, de um voltar-se um pouco mais para dentro, ele não é negativo à medida que favorece o autoconhecimento, a reflexão”, finaliza Cortella.

Trechos do livro:

“A tecnologia pode nos distrair desse sufoco do cotidiano, pode nos ajudar
a ultrapassar essa agonia que nos captura, como também aprofundá-la. Ou
pode servir como cadafalso, em que vamos perdendo a nossa inteligência e
autonomia.” Cortella

“A autoconsciência é um exercício raro. Porém, quando acendemos essa luz
interior e enfrentamos a desordem e a aflição, podemos procurar uma
fonte de iluminação mais intensa e duradoura, tal como uma vela ou um
candeeiro.” Rossandro

“A abertura para a percepção do diferente, como não sendo
exclusivamente exótico, é um passo para aquilo que chamávamos de
acolhimento da empatia. Porque a empatia diminui o sofrimento.” Cortella

“Ao nos acomodarmos em uma única estação da existência, corremos o
perigo de estagnar, inclusive em ambientes prejudiciais – como as relações
tóxicas que, por mais deteriorantes que sejam, tornam-se zonas de
conforto, obstruindo nossa visão para novos horizontes e novas
possibilidades.” Rossandro

“… nós construímos dentro do mundo digital das redes a possibilidade de
um presente contínuo. E esse presente contínuo perturba uma parcela da
nossa noção para lidar com o luto, com as perdas, com os sucessos, com o
êxito.” Cortella

“É curioso observar que, na sociedade atual, as pessoas se deliciam ao ver
as vitrines reluzentes de nossos sucessos, mas frequentemente viram os
olhos para os bastidores sombrios, em que as noites de luta e esforço se
desenrolam.” Rossandro

SOBRE OS AUTORES

Mario Sergio Cortella é filósofo, escritor e palestrante, com mestrado e doutorado em Educação pela PUC-SP, onde atuou como professor titular por 35 anos (1977-2012). Foi secretário municipal de Educação de São Paulo (1991-1992), tendo antes sido assessor especial e chefe de gabinete do professor Paulo Freire. É autor de diversos livros nas áreas de educação, filosofia, teologia e motivação e carreira, como Nos labirintos da moral, com Yves de La Taille, Ética e vergonha na cara!, com Clóvis de Barros Filho, Nem anjos nem demônios: A humana escolha entre virtudes e vícios, com Monja Coen, e Viver, a que se destina?, com Leandro Karnal, todos publicados pela Papirus 7 Mares.

Rossandro Klinjey é psicólogo, professor, palestrante, consultor em Educação e Desenvolvimento Humano e fundador da Educa, empresa de educação socioemocional, e do Instituto RK, que trabalha com desenvolvimento emocional. É também professor convidado do curso de Felicidade da Unicamp e do mestrado em Psicologia Organizacional da PUCRS.

Devido a seu poder de comunicação, que traduz a Psicologia para uma linguagem de fácil compreensão, consolidou-se como um dos dez maiores palestrantes em desenvolvimento pessoal do Brasil.

Seu olhar humanista e sua narrativa convidativa resultaram em best-sellers como Help! Me eduque, Autoperdão, o aprendizado necessário, Eu escolho ser feliz, As cinco faces do perdão e O tempo do autoencontro, livros que ganham reedições revistas periodicamente e posicionaram o autor como referência nos temas derivados do desenvolvimento emocional nas esferas individuais e coletivas.

Colunista da rádio CBN Brasil com os quadros semanais “O divã de todos nós” e “Saúde integral”, e à frente do podcast “Cuidando da alma”, tem intensificado a discussão sobre autoconhecimento e bem-estar. Esses temas atraíram mais de 17 mil alunos ao seu programa de desenvolvimento pessoal “Aprender a se amar e parar de se sabotar”.

Ficha técnica
Título: As quatro estações da alma: Da angústia à esperança
Autores: Mario Sergio Cortella e Rossandro Klinjey
ISBN: 978-65-5592-044-4
Páginas: 160
Coleção: Papirus Debates
Preço de capa: R$ 59,90

Novo livro da Papirus Editora discute o desenvolvimento profissional docente e institucional no ensino superior

As políticas educacionais compõem o grupo de políticas públicas brasileiras que visam garantir o direito à educação de qualidade e o desenvolvimento profissional docente. Diante da reconfiguração constante da sociedade e da educação, a Papirus Editora lança Educação superior: Tramas e trilhas para o desenvolvimento profissional docente e institucional (256 pp., R$ 74,90), coletânea organizada pelas professoras Ilma Passos Alencastro Veiga e Claudia Christina Bravo e Sá Carneiro, que busca compreender as possibilidades do ensino superior nesse cenário.

Dividida em três partes, a obra integra em suas análises o ensinar, o aprender, o pesquisar, o avaliar e o socializar conhecimentos e inovações. O leitor encontrará reflexões sobre educação e políticas públicas, assessoria pedagógica, coordenação de cursos de graduação, curricularização da extensão, ensino tutorial e internacionalização da educação superior. 

O livro tem como objetivos concretizar o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; formar profissionais de diferentes campos científicos; compreender a educação superior como continuidade da educação básica; incentivar o trabalho de pesquisa; estimular a criação cultural; divulgar conhecimentos culturais, científicos e técnicos; conhecer os problemas do mundo presente. Desse modo, apresenta tramas e trilhas que orientam os textos.

Para os autores, as tramas socioeconômicas, políticas, educacionais que provocaram danos à educação brasileira, de forma geral, precisam ficar no passado e necessitam de uma análise crítica e criativa. Por isso, os capítulos reforçam a importância de tratar os prejuízos por meio das trilhas legais, conceituais, processuais e práticas para sanar as perturbações e os efeitos do desabono, do desencanto, do desafeto, da repetição alienante e da destruição.

Sobre as organizadoras:

Ilma Passos Alencastro Veiga tem mestrado em Currículo no Ensino Médio – Mestre em Educação (UFSM), doutorado e pós-doutorado em Educação (Unicamp). É professora titular emérita da Faculdade de Educação da UnB e professora aposentada da Secretaria de Educação do Estado de Goiás. Tem várias obras publicadas pelas editoras Papirus, Autores Associados e Vozes.

Claudia Christina Bravo e Sá Carneiro é química industrial e engenheira química (UFC), mestre em Química Inorgânica (UFC) e doutora em Educação Brasileira (UFC), com pós-doutorado em Educação (UnB). Professora aposentada do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica, atua como pesquisadora e orientadora no Programa de Pós-graduação em Educação da UFC – Propap. É líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Ensino de Ciências (Gepenci).

Ficha técnica:
Título: Educação superior: Tramas e trilhas para o desenvolvimento profissional docente e institucional 
Orgs.: Ilma Passos Alencastro Veiga e  Claudia Christina Bravo e Sá Carneiro
Editora: Papirus 
Páginas: 256 pp.
Formato: 14 x 21 cm
Preço de capa: R$ 74,90

Autoras sugerem práticas para serem adotadas dentro e fora da sala de aula, com base em informações nutricionais e discussões pedagógicas interdisciplinares

Qual a base de nossa alimentação? Gostamos de legumes e suco de frutas ou preferimos fast-food e refrigerante? Nossas escolhas influenciam, e muito, nossa saúde. Obra da educadora Karen Currie e da nutricionista Sheila Currie de Carvalho, Nutrição: Interdisciplinaridade na prática (Papirus, 352 pp., R$ 86,90) sugere propostas de trabalho voltadas a todas as disciplinas, sobre esse tema tão importante.

Hoje em dia, há muitas informações disponíveis sobre alimentos e dietas. Mas será que sabemos interpretá-las? As autoras chamam a atenção para o número de problemas de saúde decorrentes de maus hábitos alimentares, que cresce drasticamente na sociedade atual. “Por exemplo: em torno de 80% das doenças do coração e 90% dos casos de diabetes têm uma ligação estreita com hábitos de vida e alimentação. Uma dieta saudável afeta positivamente todos os aspectos da vida – comer bem é fundamental”, apontam Karen e Sheila. “Mas será que a população sabe o que significa ‘comer bem’? Esses dados nos levam a crer que é essencial incluir no currículo de nossas escolas propostas pedagógicas que contribuam para a educação alimentar das futuras gerações”, alertam.

O livro tem como objetivo principal pensar uma pedagogia interdisciplinar tomando como tema gerador a nutrição. “Não pretendemos oferecer receitas prontas, mas, de vez em quando, ilustraremos nossas propostas de trabalho com relatos de experiências pedagógicas já realizadas”, explicam as autoras.

Nutrição: Interdisciplinaridade na prática valoriza o diálogo entre as autoras e o leitor, a forte relação entre teoria e prática, além de colocar o aluno como protagonista ativo, que participa de situações comunicativas concretas nas quais sua contribuição é respeitada. É possível também encontrar na obra muitas sugestões de práticas para serem adotadas dentro e fora da sala de aula, com base em informações nutricionais e discussões pedagógicas explicitamente interdisciplinares. Lembrando que a motivação é importante fator de sucesso no processo de ensino e aprendizagem.

A obra é voltada principalmente a professores da educação fundamental, mas atende também a educadores que atuam em outros níveis de ensino. Após a leitura, é possível colocar a teoria em prática e garantir uma aprendizagem interdisciplinar que faça sentido para os alunos. Então, professor, mãos à obra!

Sobre as autoras:

Karen L. Currie nasceu na Escócia em 1953 e mudou-se para o Brasil em 1979. É mestre e doutora em Linguística pela Universidade de Edimburgo, na Escócia. Atua como professora-adjunta no Departamento de Línguas e Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) desde 2002. Trabalhou em vários projetos de formação em serviço com professoras alfabetizadoras entre 1986-1995. Nesse período, escreveu dois livros: Alfabetização: Um processo de aprendizagem permanente (Kuarup, 1991) e Ensinando o pensar na alfabetização (Kuarup, 1998). Foi responsável por 73 escolas públicas como chefe do subnúcleo de Educação de Domingos Martins, ES (1995-1997). Escreveu Meio ambiente: Interdisciplinaridade na prática (Papirus, 1998), enquanto aplicava as propostas desse livro em todo o município. Começou o Grupo de Estudos MI (Múltiplas Inteligências) com alunos de graduação da Ufes no início de 2004, com o objetivo de investigar conexões entre a Teoria MI e a diversidade em sala de aula. É organizadora e coautora do livro Música e ensino de línguas: Explorando a teoria das múltiplas inteligências (Edufes, 2014), resultado dos estudos do Grupo MI.

Sheila Elizabeth Currie de Carvalho nasceu na Escócia em 1982 e veio para o Brasil com 6 semanas de vida. Educada no lar até completar 12 anos, cursou a 5ª e a 6ª série em escola pública e, depois, optou por completar o ensino fundamental numa Escola Família Agrícola. Aos 16 anos, fez o curso técnico em Recursos Ambientais e Práticas Rurais do Colégio Barony, na Escócia. Como parte desse curso, realizou estágio em Recursos Ambientais na Dinamarca. Após a obtenção do bacharelado em Nutrição pela Faculdade Salesiana de Vitória, ES, em 2008, montou um consultório nutricional em Jacaraípe, Serra, ES. Eventualmente, realiza palestras relacionadas à nutrição como, por exemplo, “Faça de seu alimento seu medicamento” e “Vamos melhorar nossa alimentação”, oferecidas para pacientes em recuperação de câncer. Sua preocupação maior é com a crescente popularização de hábitos alimentares ligados ao consumo de fast-food. Acredita com firmeza na necessidade urgente de promover uma educação alimentar mais saudável no intuito de garantir uma população cada vez mais sadia no futuro.

Coletânea discute o significado do ativismo emergente nas redes digitais

A crescente popularização da internet no mundo todo, nos últimos anos, propiciou o surgimento de novas formas de participação, organização e atuação das pessoas. Tanto é assim que práticas ativistas passaram a tomar conta das redes sociais, num movimento denominado net-ativismo. A fim de promover um debate transdisciplinar, ampliar e consolidar o espaço de reflexão sobre essa temática, a Papirus lança Net-ativismo: Redes digitais e novas práticas de participação (304 pp., R$ 74,90), livro organizado por Massimo di Felice, Eliete Pereira e Erick Roza.

Atualmente, não passamos um dia sequer sem receber e-mails e convites para adesões contra a fome, em prol da luta contra algum tipo de preconceito ou simplesmente para mostrar indignação diante de injustiças, desmandos e mazelas. Esse fenômeno, que vem sendo analisado nas principais universidades nacionais e estrangeiras, é apresentado nesse lançamento por alguns de seus mais importantes estudiosos, como Pierre Lévy, Lucia Santaella, Michel Maffesoli e Stéphane Hugon.

Comparando esse momento tecnológico ao ocorrido na Europa com Gutenberg — que permitiu a reprodução de textos em escala, difundindo assim o hábito da leitura e ampliando o acesso ao conhecimento —, as redes sociais digitais começaram a implementar um novo tipo de reforma que deve alterar as formas políticas existentes, provocando transformações sociais qualitativas. Segundo os organizadores da obra, “se a tipografia teve um papel central nos conflitos que levaram, na Europa, a duas revoluções modernas, a inglesa e a francesa, difundindo os conteúdos iluministas em livros e panfletos que se multiplicavam pela técnica da impressão, apesar da censura e da queima em praça pública de textos hostis às instituições e ao poder eclesiástico, não é difícil imaginar que as redes digitais implementarão uma nova arquitetura da participação, alterando o significado contemporâneo de democracia”.

Diante desse novo contexto tecnológico e comunicativo da participação e da ação social, esse livro, composto por artigos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, apresenta os significados das diversas formas do ativismo emergente nas redes digitais, tomando a pluralidade e as especificidades tecnológicas, sociais e culturais dessa prática.

Obra dividida em duas partes, a primeira abrange as teorias da ação, da política e da ecologia que traduzem o arcabouço do fenômeno do net-ativismo. Na segunda, apresentam-se estudos de casos nacionais e internacionais que iluminam as especificidades e a diversidade do ativismo em rede e nas redes.

Com abordagens diferentes, os autores apontam múltiplas questões e aspectos envolvidos nessa temática tão em pauta nos dias de hoje.

Sobre os organizadores:

Massimo di Felice tem doutorado em Ciências da Comunicação (USP), com pós-doutorado em Sociologia (Universidade Paris V). É professor livre-docente da ECA/USP, onde coordena o Centro de Pesquisa Atopos, além de professor visitante da Libera Università di Lingue e Comunicazione de Milão e da Universidade Lusófona do Porto. Tem ensaios e artigos publicados em vários países. No Brasil, coordena a coleção Era Digital (Difusão) e a coleção Atopos (Annablume).

Eliete Pereira é doutora em Ciências da Comunicação (USP) e pós-doutoranda no Programa de Pós-graduação Interunidades em Museologia, no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. No Centro de Pesquisa Atopos (ECA/USP), coordena a linha de pesquisa “Tekó: As redes digitais indígenas”. É autora do livro Ciborgues indígen@s.br: A presença nativa no ciberespaço.

Erick Roza, doutor em Comunicação Social (USP), é membro do Centro de Pesquisa Atopos (ECA/USP) e pesquisador no estudo internacional “Net-ativismo: Ações colaborativas nas redes digitais e nos territórios informativos”. É coautor do livro Empresas e consumidores em rede: Um estudo das práticas colaborativas no Brasil.

Obra aborda os principais representantes da educação da infância, dos séculos XVI e XVII, analisando suas ideias sobre práticas educativas e escolares cotidianas

A escola moderna tem uma fisionomia própria que a diferencia de suas antecessoras. É aquela que se dedica, ao mesmo tempo, a ensinar saberes e a formar comportamentos: tem por intuito instruir e civilizar. Essa dupla lógica se ergue à frente dos historiadores da educação como um verdadeiro desafio a ser enfrentado. A liturgia escolar na Idade Moderna (Papirus, 320 pp., R$ 79,00) é fruto de muitos anos de estudo e reflexão derivados da docência nas áreas de história e filosofia da educação de Carlota Boto.

“São os usos e os costumes da escola que compõem os modos perante os quais ela se estrutura. A escola é sua existência. E, portanto, a escola é sua história. Por isso mesmo, para pensar na escola que desejamos, é necessário meditar sobre a escola que recebemos. A história que vamos contar perpassa a Renascença e o século XVII”, explica a autora na Introdução do livro.

A apresentação e a análise da obra de autores clássicos – Erasmo, Montaigne, Lutero, Calvino, Juan Luis Vives – alicerçam a construção do texto, tecido em constante diálogo com pensadores de hoje, especialmente os que abordam os conceitos de educação, escola, civilidade, cultura e cultura escolar.

O objetivo da obra é analisar as matrizes culturais da escola moderna pelo estudo das práticas escolares postas em vigor em distintos locais e épocas. Para isso, toma como ponto de partida momentos históricos relevantes que tiveram inegável contribuição para a difusão da cultura das letras e para o surgimento da escola moderna: a invenção da imprensa; a Reforma protestante; a Contrarreforma católica; a elaboração do Ratio Studiorum jesuítico; a publicação da Didática magna, de Comenius, e do Guia das escolas cristãs, de La Salle, entre outros.

A liturgia escolar na Idade Moderna é leitura obrigatória a todos os que trabalham com o ensino da história da educação e a estudantes de cursos de Pedagogia e especializações várias no campo da educação.

Sobre a autora:

Carlota Boto é professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp), onde leciona Filosofia da Educação, e pesquisadora do CNPq. Graduada em Pedagogia e História, é mestre em História e Filosofia da Educação pela Feusp, doutora em História Social pela FFLCH/USP e livre-docente em Filosofia da Educação pela Feusp. Também atuou como docente de História da Educação na Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara, e na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Livro da Papirus traz histórias de quem vive o cotidiano da escola e da universidade e se reinventa nos processos formativos entre educação e arte

A relação entre arte e educação auxilia no processo de formação humana, buscando ampliar o olhar e o significado da arte na vida de cada um de nós. É com esse entendimento que a Papirus lança Formação, educação e arte: Tessituras em pesquisa e prática docente (304 pp., R$ 89,90), livro organizado pelas educadoras Luciana Ostetto, Marta Maia e Cristiana Callai, que traz produções do grupo de pesquisa Fiar – Círculo de Estudo e Pesquisa Formação de Professores, Infância e Arte, da Universidade Federal Fluminense. São narrativas autobiográficas, dados e análises de pesquisas, observações e reflexões que mostram o cotidiano da universidade, da escola e do museu, além de fotografias, desenhos e poemas.

A coletânea está organizada em duas partes: a primeira, tessituras de dentro, tematiza questões e experiências da prática docente na educação infantil, desenvolvida pelas integrantes do Fiar. A segunda parte dá visibilidade a composições textuais e imagéticas, narrativas e poéticas, sobre projetos de extensão e eventos organizados e realizados pelo grupo; são tessituras para fora – dos muros da universidade, da pesquisa stricto sensu e dos limites da palavra -, tramadas em conhecimentos partilhados.

As tessituras conceituais e experimentais reunidas na obra convidam ao mergulho na história de sensibilidades de professoras e professores, ao exercício de autoconhecimento e à redescoberta de suas linguagens. Na pesquisa, na formação e na prática docente, dialogar com a arte abre perspectivas para outros tecidos: (re)conexão de saberes, (re)criação de dizeres, (re)invenção de modos de ser.

Formação, educação e arte defende o debate sobre a importância da arte na infância. Que a sua leitura possa ressoar nas práticas pedagógicas e nas relações entre alunos e professores. “Em tempos de precarização da educação pública, de descaso com a saúde da população, de desmontes dos serviços públicos essenciais, tempos marcados pela negação dos direitos constitucionais, o Fiar se apresenta como espaço de urdir outros caminhos, somando-se a toda gente que está em movimento, de luta e de resistência, pelo direito de existir, pela liberdade de criação, pela vida, enfim”, apontam as organizadoras.

Livro é resultado da observação, do registro e da reflexão sobre a ação educativa cotidiana, projetada e vivida com crianças de dois a cinco anos

Há anos, no Brasil, discute-se a importância de uma educação básica de qualidade, especialmente a educação infantil, que é o princípio de tudo. Por isso, toda aprendizagem precisa ser planejada, pensada e questionada. Buscando mostrar como o diálogo entre teoria e prática pode levar à construção de práticas pedagógicas renovadas, a Papirus lança Registros na educação infantil: Pesquisa e prática pedagógica (192 pp., R$ 55,00), livro organizado por Luciana Esmeralda Ostetto.

Sustentada por uma dinâmica de encontros de estudo e troca com educadoras de uma unidade municipal de ensino em Niterói/RJ, essa obra aborda diferentes modalidades e práticas de registro na educação infantil, articulando conceitos e contextos implicados na documentação pedagógica. “Conhecer as formas e os conteúdos dos registros já produzidos no interior da Umei Rosalda Paim foi o ponto de partida, e, desde esse início, seguimos juntas na reflexão sobre as práticas de narrativas do vivido”, explica Luciana.  O objetivo, segundo ela, era “estar junto com as educadoras para escutar – com todos os sentidos – as formas e os conteúdos de que lançavam mão para produzir memória sobre o que estava acontecendo no cotidiano educativo, formas que revelam maneiras de ser professora, diretora ou pedagoga”.

Todos os capítulos dão visibilidade a percursos projetados, trilhados e documentados no encontro entre universidade e educação infantil. Para a organizadora, “é urgente estar com a educação básica, falar com ela, seguir lado a lado, de mãos dadas, fortalecendo a educação infantil em sua existência, resistência e luta em defesa dos direitos das crianças”.

Na apresentação da obra, a professora Lenira Haddad ressalta a importância de “escrever sobre o cotidiano vivido com as crianças, refletir sobre o fazer docente, avaliar o caminho pedagógico planejado, redefinir ou reafirmar passos, articular teoria e prática”. Ela acredita que essas são “ações de primeira grandeza, tanto para estagiários e estagiárias de pedagogia, como para profissionais da educação infantil”. Enfim, um convite a participar de percursos coletivos.

Registros na educação infantil é voltado a todos os profissionais da educação infantil, além de pesquisadores da área da infância, da formação de professores e de políticas públicas, e também a alunos de cursos de licenciatura, sobretudo de pedagogia.

Mario Sergio Cortella e Pedro Bial oferecem em livro importantes reflexões para repensar a juventude de hoje

Vivemos dias velozes, em que parece não haver lugar para o passado, apenas para o futuro. Percebemos a juventude se aproximando e se apropriando de referências e comportamentos de gerações anteriores. Buscando entender esse fenômeno, a Papirus 7 Mares lança Gerações em ebulição: O passado do futuro e o futuro do passado (128 pp., R$ 59,90), fruto de um delicioso bate-papo, pontuado por referências históricas e culturais, entre o filósofo Mario Sergio Cortella e o apresentador Pedro Bial, que falam sobre juventude, ansiedade, ócio, rebeldia, militância política e empreendedorismo.

“Parece que nós perdemos alguma coisa em algum lugar ao dizer que ‘o futuro não é mais como era antigamente’”, afirma Cortella. “Vejo isso talvez como uma certa melancolia que é própria do caráter brasileiro”, complementa Bial. Por melancolia ou mesmo desilusão com o futuro, os jovens têm voltado seu olhar para trás, idealizando um passado que, talvez, não tenha sido como imaginam. “O objeto de desejo de quem tem 20 anos é retomar um tempo que nós, que estávamos com 20 anos naquele presente que ele deseja, não queríamos”, observa Cortella.

Para o filósofo, o problema é que falta à juventude, hoje, a ideia de uma causa.  “É uma juventude pós-fé, pós-ideia de vida eterna”, completa Bial. Os autores observam que se valoriza cada vez mais a instantaneidade, o aqui e agora, o que gera muita ansiedade. Mas “é no cotidiano que vamos nos resolvendo, e não no carpe diem”, ressalta o apresentador. Para Cortella, “a ausência dessa causa, portanto, a vivência do carpe diem como sendo uma eternidade, uma continuidade, um contínuo, um moto-perpétuo que renova a si mesmo, é produtora de melancolia”.

Nesse contexto, Bial percebe muitos jovens se envolvendo com militância política, mas por modismo, como se ela fosse uma rebeldia obrigatória da idade: “Estou vendo a garotada idealizar a militância política quando o exercício da política institucional é mais território de profissionais, seja de políticos, gestores de políticas públicas ou lobistas. Não vou julgar nem recriminar quem se engaja em causas que considera nobres, mas vejo, por exemplo, mais resultados transformadores sobre a realidade na atuação de jovens empreendedores, que geram riqueza e desafiam o Estado de maneira efetiva e radical – e também política!”.

Para o apresentador, é importante conservar o que funcionou, construir em cima do que já foi construído, e não destruir. “Se você não tem passado, não tem também vida futura”, pondera. No entanto, é preciso tomar cuidado com a mitificação do idoso, que é tão danosa quanto a mitificação do jovem. “Dizer: ‘Meu mundo era bom’, ou, com a ideia de que o mundo que vale é este que está sendo feito agora: ‘Esse passado, seu tempo, não presta’, isso é esquecer a história. E esse esquecimento da história faz mal para todos, sem exceção”, lembra Cortella. Portanto, não se deve desprezar a vivência das pessoas com mais idade, nem a capacidade de conteúdo dos mais jovens. “Para mim, um mundo aprazível é aquele em que uma geração não ofende a outra”, conclui o filósofo.

Gerações em ebulição: O passado do futuro e o futuro do passado é um livro que deve agradar tanto aos mais jovens quanto aos mais velhos de idade!

Papirus 7 Mares lança livro que aborda os impactos do racismo na vida da população negra

Mesmo após tantos avanços, ainda vivemos em uma sociedade extremamente racista, em que situações de discriminação racial são frequentemente noticiadas na imprensa. Sobrevivendo ao racismo: Memórias, cartas e o cotidiano da discriminação no Brasil (7 Mares, 176 pp., R$ 59,90) traz relatos da educadora Luana Tolentino, autora da obra, contando os diversos casos de racismo que sofreu ao longo da vida, principalmente em sua trajetória escolar. São histórias que a maioria dos negros certamente já vivenciou também, o que reforça a urgência de termos uma formação antirracista.

Desde pequena, Luana tinha o sonho de ser escritora e, por inúmeras vezes, a escrita foi sua salvação para suportar a violência racista que enfrentava. Por isso, a autora quer fazer de seu trabalho uma forma de ativismo em favor do enfrentamento ao racismo.

Com prefácio de Itamar Vieira Junior, autor do best-seller Torto arado, Sobrevivendo ao racismo reúne textos escritos entre 2017 e 2022, e publicados inicialmente na revista CartaCapital. A obra é fruto dos sonhos da autora, de seu engajamento na luta antirracista e de sua esperança na construção de uma sociedade sem preconceitos, na qual todos possam viver com dignidade. “Propus-me a apontar o papel da escola e de toda a sociedade na erradicação do racismo que mutila, castra sonhos, segrega, fecha portas e mata”, explica a escritora.

Na obra, o leitor encontrará oito cartas escritas por Luana, dirigidas a pessoas anônimas e famosas, que trazem em sua origem a ideia de combater o preconceito por meio da sensibilização e do afeto, “com o intuito de mostrar aos que me leem o que o racismo provoca na vida de nós, negros e negras”, conta. As mensagens são endereçadas, por exemplo, a Titi Gagliasso (filha do casal de atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso), a Marielle Franco e a Ulisses, ex-colega de escola de Luana, que foi seu par em uma festa junina no início dos anos 1990. “O que era para ser um momento de celebração, para mim, resultou em uma situação de abandono e desprezo, da qual guardo a lembrança de ter sido chamada de ‘macaca’ pela primeira vez na minha vida”, relembra.

“Em meio à dor, à violência racista que estrutura as relações sociais no Brasil, ao sonho, à realização e à esperança, apresento esse livro como um chamado à luta contra o racismo e todos os abismos que ele produz. Uma luta da qual todos nós precisamos participar ativamente”, convida a autora.

Livro da Papirus traz narrativas produzidas a partir de encontros entre universitários e profissionais da educação infantil que, no contexto pandêmico, estiveram conectados por meio de janelas virtuais

Passamos por tempos difíceis, recentemente, em que a luta pela vida atravessou nosso cotidiano marcado pela incerteza e pelo medo. O isolamento social se fez necessário e nos assombrou. Que direção tomar, quando tudo parecia ter parado? Educação infantil e formação docente na pandemia: Conexões e inflexões (Papirus, 288 pp., R$ 71,90), organizado por Luciana Ostetto e Leda Marina, conta experiências de aprendizado vividas no âmbito de uma proposta de estágio remoto, resgatando o percurso do processo formativo vivido durante a pandemia de Covid-19.

Esse livro traz belas narrativas, e uma delas vem seguida da afirmação de que o lugar que as crianças constroem é diferente do lugar dado a elas. Isso nos leva a refletir o quanto podemos aprender com os pequenos. “O lugar que nos foi dado diante de todo o contexto pandêmico foi diverso daquele que realmente construímos. Foi ressignificado. Transbordou para processos de construção de autoria, autonomia, acolhimento, observação de si e do mundo, valorização de saberes e fazeres. Transbordou para o convite à roda. Convite à cantiga. Convite a esperançar”, explica a professora doutora Walcéa Barreto Alves, no prefácio da obra.

A coletânea mostra que, com a distância, se fez o diálogo teoria-pesquisa-prática, articulando estudo de conceitos e relatos de práticas, perpassando questões como a organização e o funcionamento das instituições de educação infantil; o trabalho pedagógico a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil; o papel do professor e os instrumentos do trabalho docente; a prática pedagógica e os desafios de aprender a observar, olhar, escutar, interpretar crianças e cotidianos.

Um capítulo bastante interessante, nessa obra, é o que dá voz e visibilidade às pessoas que trabalham na cozinha, as merendeiras. Elas rememoram a infância e contam como foram compreendendo o seu fazer como parte de um projeto político-pedagógico. Revelam ainda a descoberta da potência de serem cozinheiras em uma escola que atende crianças pequenas.

Educação infantil e formação docente na pandemia destaca que “a experiência dos encontros virtuais foi uma oportunidade de diálogo com a universidade, carregada de extrema importância para nossa formação continuada. Foi mais uma forma de alimentar nosso desejo de pesquisar e aprender mais”, conforme pontuam duas das autoras, professoras de uma unidade municipal de educação infantil. Essa experiência certamente deve contribuir para ampliar as reflexões sobre o assunto e para mostrar que estamos em constante processo de aprendizagem e evolução.

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Sobre as organizadoras:

Luciana Ostetto é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, onde atua no Programa de Pós-graduação (mestrado e doutorado), no curso de Pedagogia e coordena o Fiar – Círculo de Estudo e Pesquisa Formação de Professores, Infância e Arte.

Leda Marina é mestre em Educação Brasileira pela PUC-RJ. Atua como professora da rede municipal de Educação de Niterói/RJ desde 1994 e é diretora geral da Unidade Municipal de Educação Infantil Rosalda Paim. 

Novo livro de Ilan Brenman e Clóvis de Barros Filho traz a história do gato Epaminondas, que tinha uma atração incontrolável pelo saber

Com uma narrativa envolvente e personagens cativantes, unindo literatura e filosofia, a Papirus apresenta seu mais novo lançamento — Epaminondas Badaró IV na floresta dos filósofos (7 Mares, 96 pp., R$ 74,90), escrito por Ilan Brenman e Clóvis de Barros Filho.

Inspirado na história de Buda, o livro tem como objetivo instruir sobre o mundo da filosofia de forma lúdica e de fácil compreensão. Para isso, traz ao jovem leitor o gato Epaminondas Badaró IV, um príncipe que decide abandonar o conforto de seu palácio em busca de respostas. Na floresta dos filósofos, ideias centrais de pensadores como Sócrates, Aristóteles e Platão são explicadas.

Com ilustrações de Juka — que dá cores e movimentos diversos aos personagens —, a obra procura ajudar o leitor a relacionar o pensamento dos filósofos com as ideias de nosso tempo, contribuindo para o aprender a “pensar melhor”.

Esse é um daqueles livros completamente fascinantes, de que todos sentem saudades depois determinar sua leitura. Não é uma história real, mas a ficção pode ajudar a olhar para questões e problemáticas globais, como o fim das florestas e o jeito como nos governam, sem perder de vista o indivíduo, sua história, seus desejos pessoais e questionamentos.

Certamente todos nós temos um pouco do gato protagonista, que dá nome ao título do livro. Somos aprendizes de pensadores em busca de algumas respostas. Em Epaminondas Badaró IV na floresta dos filósofos, o jovem leitor vai poder desfrutar do prazer de se envolver com os personagens e suas histórias, com outras culturas e com a trama criada por Ilan Brenman e Clóvis de Barros Filho.

O escritor e comunicador Clóvis de Barros Filho estará no Teatro Oficina do Estudante Iguatemi no próximo dia 13 de setembro, terça-feira, às 19h30, para palestra e lançamento do livro Reinventar-se: Uma necessidade, uma impossibilidade.  Na compra de um exemplar dessa obra — a partir das 10h do dia 10 de setembro na Livraria da Vila do Iguatemi Campinas —, os clientes ganham um ingresso para participar do bate-papo promovido pelo shopping em parceria com a Papirus Editora.

No novo livro, Clóvis de Barros Filho reflete sobre as possibilidades de mudança no rumo da própria existência. “Reinvente-se! Mude agora! Prepare-se para o amanhã! Seja o autor da sua vida!” Essas são frases que lemos e ouvimos a todo momento. “Tornar-se um outro” é anunciado quase como um dever existencial, como uma condição de sobrevivência.

Mas será que se reinventar é tão simples? Mais: será mesmo algo possível? Reinventar-se de que modo? Para quê? Para quem? O que isso significa exatamente? E como a gente se inventa, em primeiro lugar?

A obra cuida de dois tipos de reflexão sobre o tema. O primeiro, teórico, trata do conceito de reinvenção de si mesmo e sua eventual pertinência. O segundo tipo, de natureza prática, avalia a possibilidade da implementação efetiva desse reinventar-se. Porém, essa não é uma obra conclusiva, ao contrário, o autor propõe uma investigação sobre outras propostas teóricas para enriquecer a discussão.

Reinventar-se é um termo que pode ser entendido de muitos modos, de acordo com o tempo e o lugar em que estivermos e com os recursos conceituais que conseguirmos mobilizar. E são justamente esses recursos que Clóvis de Barros Filho busca reunir em Reinventar-se: Uma necessidade, uma impossibilidade. Em tom de conversa com o leitor, tão característico do autor, ele apresenta algumas reflexões que ajudam a pensar sobre as possibilidades de gestão da própria vida.

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Campinas.com.br – Clóvis de Barros Filho lança seu novo livro em Campinas e bate-papo com o público

Clóvis de Barros Filho faz bate-papo e lançamento de livro no Iguatemi Campinas – Hora Campinas

‘Reinventar-se’: Clóvis de Barros Filho lança livro em palestra no Iguatemi – diariocampineiro.com.br

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Clóvis de Barros Filho faz bate-papo sobre livro em teatro de Campinas; saiba como participar | Campinas e Região | G1 (globo.com)

Clóvis de Barros comanda bate-papo e lança novo livro – Jornal TodoDia

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Papirus lança livro que trata da representatividade do negro na filmografia nacional

Apesar de o Brasil ser um país majoritariamente negro, com uma crescente discussão sobre preconceito e racismo estrutural, ainda é diminuto o número de filmes com negros ocupando papéis de destaque ou protagonismo. Lamentavelmente, o mesmo acontece com a produção de livros nessa área. Uma frente fundamental do cinema ficou parcialmente esquecida: o ensino e a pesquisa. É nesse sentido que Cinema negro brasileiro (Papirus, 288 pp., R$ 89,90), livro organizado por Noel dos Santos Carvalho, é muito bem-vindo, pois avança sobre esse tema até agora pouco estudado.

Na obra, um conjunto de artigos e autores mostra como a produção e a pesquisa sobre cinema são formas potentes de pensamentos sobre o Brasil e suas contradições. Como bem aponta Fernão Ramos, coordenador da Coleção Campo Imagético, na qual a coletânea está inserida, a publicação “traz um debate central da contemporaneidade para o campo do cinema brasileiro. As alteridades sociais, de etnia ou gênero, compõem o espaço a que alguns se referem como identitário. Misturam-se, no caso brasileiro, a demandas sociais diversas que afligem não só as minorias, mas a imensa maioria da população”.

Esse livro busca contribuir para o pensamento sobre o cinema negro brasileiro. Estudos nesse campo são recentes e têm crescido em número e qualidade nas últimas duas décadas. O cinema negro aparece relacionado a três ordens de fenômenos: 1) os filmes dirigidos por realizadores(as) negros(as) e suas trajetórias; 2) a atuação polêmica e/ou autoral de atores e atrizes; e 3) a institucionalização do cinema negro e suas propostas estéticas e políticas inovadoras.

As questões abordadas nos capítulos estão presentes desde os primórdios de nosso cinema, passando pelos “filmes da retomada no fim de século e depois na explosão da produção que traz a experiência do racismo como fala própria, do lado de lá, no cinema mais jovem da segunda década do novo milênio. A vivência do preconceito e do racismo está nas imagens das produtoras alternativas digitais que emergiram com as grandes manifestações de meados dos anos 2010”, conforme pontua Ramos.

Ele destaca ainda que a obra traz “um caleidoscópio do conjunto dessa posição, inaugurando um novo recorte na tradicional linha diacrônica da historiografia tradicional. Constrói uma espécie de âncora alternativa, dialogando de modo dinâmico com o cânone da história do cinema fundado no século passado, sem escorregar na ameba midiática. Questiona, assim, uma visão antes mais homogênea e unitária da identidade popular e sua consciência”.

Para o premiado cineasta Jeferson De, que assina a apresentação, estudantes, pesquisadores e leitores interessados terão, em Cinema negro brasileiro, “um guia para se orientar na compreensão dos cinemas negros. E um ponto de partida para avançar na realização de um cinema alinhado com a nossa população e cultura”.

Sobre os autores:

Noel dos Santos Carvalho (org.), doutor em Sociologia pela USP, é professor de Cinema no Instituto de Artes da Unicamp. Realiza pesquisas no campo da sociologia do cinema. Nos anos 1990, integrou o grupo de cineastas que criou o manifesto Dogma Feijoada – Gênese do Cinema Negro Brasileiro.

Carolinne Mendes da Silva é mestre e doutora em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, onde também cursou o bacharelado e a licenciatura. Professora de História, atua à frente do Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME-SP). Desenvolve pesquisas na área de educação, relações raciais e de gênero e história do cinema brasileiro. É autora do livro O negro no cinema brasileiro (LiberArs, 2017).

Clarissa Cé de Oliveira é formada em Produção Audiovisual pela PUC-RS e em Jornalismo pela UFRGS. Trabalha como repórter na PixTv e suas principais áreas de interesse são cinema, literatura e estudos de gênero.

Cristina Matos, doutora em Sociologia pela UFC, é professora do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-graduação em Sociologia da UFPB. Publicou, entre outros: Rádios comunitárias, sintonia dissonante e autoimagem; Cinema brasileiro, tempo passado e tempo presente: O lugar da memória e a questão racial; Da teoria ao ato: Refletindo sobre educação, reconhecimento e antirracismo.

Edileuza Penha de Souza, doutora em Educação pela UnB, onde cursou o pós-doutorado em Comunicação, é professora, documentarista e pesquisadora, além de idealizadora e coordenadora da Mostra Competitiva de Cineastas e Produtoras Negras Adélia Sampaio.

Ella Shohat é professora da Universidade de Nova York nos departamentos de Arte e Políticas Públicas e Oriente Médio e Estudos Islâmicos. Tem experiência em pesquisas relacionadas com as abordagens pós-coloniais e transnacionais e estudos culturais. Escreveu e organizou diversos livros e artigos, entre os quais Israeli cinema: East/west and the politics of representation (Univ. of Texas Press, 1989); Talking visions: Multicultural feminism in a transnational age (MIT & The New Museum of Contemporary Art, 1998); Taboo memories, diasporic voices (Duke University Press, 2006). No Brasil, publicou em coautoria com Robert Stam o livro Crítica da imagem eurocêntrica (Cosac &Naify, 2006).

Gilberto Alexandre Sobrinho é licenciado e mestre em Letras pela Unesp, de São José do Rio Preto/SP, doutor em Multimeios e livre-docente pela Unicamp. Realizou pós-doutorado no Departamento de Cinema da Universidade de Nova York, EUA. É professor no Instituto de Artes da Unicamp e foi professor visitante na Universidade Estadual de San Francisco, EUA, e na Universidade Iberoamericana, México. Publicou O autor multiplicado (Alameda, 2012) e organizou Cinemas em redes (Papirus, 2016), entre outros livros. Tem publicações nacionais e internacionais de artigos e capítulos de livros. É realizador de documentários.

Kênia Freitas é doutora em Comunicação e Cultura pela UFRJ, fez estágios de pós-doutorado em Comunicação na UCB e na Unesp de Bauru/SP. É curadora e programadora do Cinema do Dragão (Fortaleza/CE), além de integrar o Fórum Itinerante de Cinema Negro (Ficine). Tem artigos publicados, entre eles: “Experiência estética, alteridade e fabulação no cinema negro” (Revista Eco-Pós, 2018); “O futuro será negro ou não será: Afrofuturismo versus Afropessimismo – As distopias do presente” (Revista Imagofagia, 2018); e “Cinema negro brasileiro: Uma potência de expansão infinita” (20o FestCurtasBH, 2018).

Luis Felipe Kojima Hirano é bacharel em Ciências Sociais pela USP, onde cursou o doutorado em Antropologia Social. Professor de Antropologia da UFG, integra o Comitê de Antropologia Visual da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e a Comissão de Imagem e Som da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). Conquistou o segundo lugar na categoria de Ciências Sociais na sexta edição do prêmio Abeu pelo livro Grande Otelo: Um intérprete do cinema e do racismo no Brasil (Ed. UFMG, 2019).

Natasha Roberta dos Santos Rodrigues é bacharel em Midialogia pela Unicamp, onde cursa o mestrado no Programa de Pós-graduação em Multimeios. Dirigiu os curtas-metragens documentais Cabeças falantes (2017) e Àprova (2020). Atua como arte-educadora e agente cineclubista da Spcine Segunda Edição (2022).

Paula Halperin é diretora da Faculdade de Cinema e Mídia e professora de História e Cinema na Universidade do Estado de Nova York, Purchase (Suny Purchase). Foi professora visitante na Unirio. Investiga os temas: mídia, história e esfera pública no Brasil durante o século XX, com ênfase na ditadura militar. Suas publicações acadêmicas se especializam em televisão e cinema. Seus trabalhos têm sido publicados em revistas acadêmicas nos Estados Unidos, no Brasil e na Argentina. Está finalizando o livro Nacionalismo e imaginação histórica: Cinema popular no Brasil e na Argentina na década de 70. Escreve regularmente críticas cinematográficas em revistas, blogs e sites de cinema.

Pedro Vinicius Asterito Lapera, doutor em Comunicação pela UFF, é pesquisador da Fundação Biblioteca Nacional (FBN). Possui como áreas de interesse a relação entre cinema e história, cinema e ciências sociais, cinema na Primeira República, tendo publicado artigos nas revistas Tempo (PPGH/UFF), Mana (PPGAS/UFRJ), Matrizes (PPGCOM/USP) E-compós (Compós), Cadernos Pagu (Unicamp) e Revista Brasileira de História (Anpuh).

Robert Stam é professor da Universidade de Nova York. Autor e organizador de dezoito livros sobre cinema e teoria cultural, cinema nacional (francês e brasileiro), raça comparada e estudos pós-coloniais, além de artigos e entrevistas nas principais revistas especializadas, no Brasil tem publicado os seguintes títulos: O espetáculo interrompido: Literatura e cinema de desmistificação (Paz e Terra, 1981); Bakhtin: Da teoria literária à cultura de massa (Ática, 1992); Introdução à teoria do cinema (Papirus, 2003); Multiculturalismo tropical: Uma história comparativa da raça na cultura (Edusp, 2008); A literatura através do cinema: Realismo, magia e arte da adaptação (UFMG, 2008); e Crítica da imagem eurocêntrica (Cosac & Naify, 2006), em coautoria com Ella Shohat.

Roberto Carlos da Silva Borges é professor titular do Departamento de Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais (Leani) e do Programa de Pós-graduação em Relações Étnico-Raciais (PPRER) do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ). Pesquisa as mídias e os filmes produzidos e protagonizados por negros. É diretor de ensino do Cefet-RJ, diretor de áreas acadêmicas da Associação Internacional de Investigadores e Investigadoras Negros e Negras da América Latina e do Caribe (Ainalc) e membro do grupo de trabalho Afrodescendência e Propostas Contra-hegemônicas do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso).

Rosane Borges, doutora em Ciências da Comunicação, é jornalista, pesquisadora do Colabor (ECA-USP) e professora convidada do Diversitas (FFLCH-USP). Articulista da revista IstoÉ, escreve ocasionalmente para a Folha de S.Paulo. É autora e organizadora de diversos livros, entre eles: Espelho infiel: O negro no jornalismo brasileiro (Imprensa Oficial, 2004); Perfil biográfico de Sueli Carneiro (2009); Mídia e racismo (DP et Alii, 2012), Esboços de um tempo presente (Malê, 2016) e Fragmentos do tempo presente (Aquilombô, 2021).

Samuel Silva Rodrigues de Oliveira, mestre em História pela UFMG e doutor em História, Política e Bens Culturais pelo CPDOC-FGV, é professor e pesquisador no Programa de Pós-graduação em Relações Étnico-Raciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e Jovem Cientista de Nosso Estado da Faperj, investiga a cultura visual, a memória social, as relações raciais e a cidadania na história contemporânea do Brasil.

Clóvis de Barros Filho reflete, em novo livro, sobre as possibilidades de mudança no rumo da própria existência

“Reinvente-se! Mude agora! Prepare-se para o amanhã! Seja o autor da sua vida!” – Essas são frases que lemos e ouvimos a todo momento. “Tornar-se um outro” é anunciado quase como um dever existencial, como uma condição de sobrevivência. A fim de contribuir para a reflexão desse tema, tão em moda ultimamente, a Papirus lança livro do escritor, palestrante e comunicador Clóvis de Barros Filho — Reinventar-se: Uma necessidade, uma impossibilidade (7 Mares, 176 pp., R$ 49,90).

Mas será que se reinventar é tão simples? Mais: será mesmo algo possível? Reinventar-se de que modo? Para quê? Para quem? O que isso significa exatamente? E como a gente se inventa, em primeiro lugar?

O livro cuida de dois tipos de reflexão sobre o tema. O primeiro, teórico, trata do conceito de reinvenção de si mesmo e sua eventual pertinência. O segundo tipo, de natureza prática, avalia a possibilidade da implementação efetiva desse reinventar-se. Porém, essa não é uma obra conclusiva, ao contrário, o autor propõe uma investigação sobre outras propostas teóricas para enriquecer a discussão.

Reinventar-se é um termo que pode ser entendido de muitos modos, de acordo com o tempo e o lugar em que estivermos e com os recursos conceituais que conseguirmos mobilizar. E são justamente esses recursos que Clóvis de Barros Filho busca reunir em Reinventar-se: Uma necessidade, uma impossibilidade. Em tom de conversa com o leitor, tão característico do autor, ele apresenta algumas reflexões que ajudam a pensar sobre as possibilidades de gestão da própria vida.

Confira alguns trechos do livro:

“A vida social exige de seus atores uma identidade. Uma definição de si. Bem como uma máscara. Convertendo homens e mulheres em meros personagens a encenar uma trama imposta pelo resto da sociedade.”

“Não há ‘reinventar-se’ sem vontade. Toda gestão da própria vida, toda escolha de caminhos, toda deliberação e toda decisão de conduta encontram-se para além dos instintos.”

“Na existência humana, a natureza não dá conta de todas as respostas. Por isso, a vontade humana fala ainda quando a sua natureza já se calou. Facultando-lhe inventar, reinventar, criar, empreender, inovar etc.”

Sobre o autor:

Clóvis de Barros Filho é livre-docente pela Escola de Comunicações e Artes da USP, palestrante e mentor dos podcasts “Inédita Pamonha”, “#partiupensar” e “Lendo com o Clóvis”. Autor de 35 livros, pela Papirus publicou Ética e vergonha na cara! (com Mario Sergio Cortella), Corrupção: Parceria degenerativa (com Sérgio Praça), Felicidade ou morte (com Leandro Karnal) e O que move as paixões (com Luiz Felipe Pondé).

Papirus lança obra sobre o legado de Ilma Veiga, um dos maiores nomes em educação no país

Existem pessoas que marcam nossa vida de maneira muito especial e transformam nosso olhar sobre o mundo. Esse é o caso de Ilma Passos Alencastro Veiga, profissional que soube dar o melhor de si em benefício da educação brasileira. E, mais do que isso, fez do trabalho coletivo sua forma de viver. Para homenagear essa grande educadora, que é referência no Brasil e no exterior, a Papirus Editora lança Formação docente, didática e projeto político-pedagógico: O legado de Ilma Passos Alencastro Veiga (192 pp.), obra organizada por Cleide Maria Quevedo Quixadá Viana e Edileuza Fernandes Silva, que traz os principais temas abordados pela professora ao longo de sua carreira.

Resultado do encontro de educadores e pesquisadores das áreas de didática e de formação de professores, essa coletânea retrata histórias e produções construídas por Ilma Veiga em uma belíssima trajetória acadêmica e profissional. Seu legado para a educação é imensurável e serve de alimento a todos os que com ela têm tido o privilégio de conviver e aprender.

Os autores se dedicaram à elaboração dos textos, que compõem o livro, para perpetuar o trabalho dessa educadora, professora titular e emérita da Universidade de Brasília, e que, ao longo de 50 anos, tem vivido as delícias de ensinar, aprender, pesquisar e compartilhar de forma ética, solidária e afetuosa.

A obra percorre a trajetória de vida e profissional de Ilma Veiga e ressalta seu pioneirismo em educação e sua contribuição especialmente para os campos da didática e da formação de professores.

Formação docente, didática e projeto político-pedagógico: O legado de Ilma Passos Alencastro Veiga se faz uma leitura obrigatória não apenas para os profissionais acadêmicos e estudantes da graduação, mas para todos que atuam em defesa da educação, da escola pública e dos processos de gestão democrática.

Sobre as organizadoras:

Cleide Maria Quevedo Quixadá Viana é graduada em Pedagogia, mestre e doutora em Educação (UFC), com pós-doutorado (UnB). Professora adjunta aposentada pela UnB e Uece, pesquisa na área de didática e formação docente.

Edileuza Fernandes Silva é doutora em Educação. Atua como professora da Faculdade de Educação da UnB, onde lidera o Grupo de Estudo e Pesquisa em Docência, Didática e Trabalho Pedagógico (Prodocência) e coordena o Observatório de Educação Básica.

Também participam dessa coletânea

Ana Lúcia Amaral • Ana Maria Iorio Dias • Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben • Claudia Christina Bravo e Sá Carneiro • Cleoni Maria Barboza Fernandes • Dalva Guimarães dos Reis • Isabel Maria Sabino de Farias • Joana Paulin Romanowski • José Carlos Souza Araujo • Liliane Campos Machado • Lívia Freitas Fonseca Borges • Maria Eugênia Castanho • Maria Helena Viana de Souza • Meirecele Calíope Leitinho • Pura Lúcia Oliver Martins • Rosana César de Arruda Fernandes • Sérgio Castanho • Silvina Pimentel Silva • (Prefácio: Maria Isabel da Cunha)

Cortella e Monja Coen trazem, em novo livro, a filosofia e a espiritualidade para uma conversa sobre vícios e virtudes

Como podemos transformar vícios em virtudes? De que adianta ser bom num mundo tão corrupto e injusto? Como somos quando ninguém está nos vendo? Todo ser humano tem salvação? O filósofo Mario Sergio Cortella e a Monja Coen, fundadora da Comunidade Zen-budista do Brasil, debatem essas e outras questões no novo livro da Papirus 7 Mares — Nem anjos nem demônios: A humana escolha entre virtudes e vícios (208 pp.).

Não há dúvidas de que somos seres capazes de virtudes e de vícios. “Somos angelicais e demoníacos”, provoca Cortella. Para ele, a virtude “não é o que já nasce pronto em nós; ela é uma possibilidade a ser desenvolvida, tal como o vício”. Monja Coen acredita que “se, por exemplo, começarmos a imitar alguém que fala gentilmente, vamos nos transformando, até chegar o momento em que aquilo deixa de ser uma cópia e se torna o que somos”.

Os autores falam também sobre a importância de praticar a virtude, independentemente de qualquer situação. “Eu acho que o que caracteriza uma virtude no sentido de positividade é exercê-la como crença, e não como circunstância”, explica Cortella. Monja Coen cita Gandhi: “Somos a transformação que queremos no mundo”.

Nem anjos nem demônios: A humana escolha entre virtudes e vícios nos leva a refletir sobre o outro como nosso semelhante, a intolerância cada vez mais presente em nosso cotidiano e a falta de compaixão. Monja Coen lembra que “devemos fazer o bem a partir da identificação, da empatia com o outro, do coração como cerne do nosso eu verdadeiro. Ações devem ser realizadas através da pura compaixão. E a compaixão só surge se houver sabedoria. A sabedoria é o portal da virtude, é o portal de uma vida ética”.

Diante de nossas escolhas, estamos no caminho certo?

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“Acho que a virtude é exatamente aquilo que permite que a gente se eleve não no campo da soberba, mas que realize a nossa humanidade no ponto máximo, ou seja, não desperdice vida.” (Cortella)

“Nem bom nem ruim, acho que o ser humano nasce com determinadas características, que podem ser alteradas por meio da educação, do convívio e de práticas que o transformam.” (Monja Coen)

Sobre os autores:

Mario Sergio Cortella é filósofo e escritor. Tem mestrado e doutorado em Educação pela PUC-SP, onde atuou como professor titular por 35 anos (1977-2012). É professor convidado da Fundação Dom Cabral (desde 1997) e lecionou na GVpec da FGV-SP (1998-2010). Foi secretário municipal de Educação de São Paulo (1991-1992), tendo antes sido assessor especial e chefe de gabinete do professor Paulo Freire. É autor de diversos livros nas áreas de educação, filosofia, teologia e motivação e carreira.

Monja Coen, como é conhecida Claudia Dias Batista de Souza, foi jornalista profissional em sua juventude e hoje atua como missionária oficial da tradição Soto Shu. Primaz fundadora da Comunidade Zen-budista do Brasil, segue os ensinamentos de Buda e participa de encontros educacionais, culturais e inter-religiosos, com o objetivo de difundir princípios em prol da preservação do meio ambiente, da defesa dos direitos humanos e da criação de uma cultura de não violência e paz. Tem vários livros publicados.

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