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Coisa de Menina?

Maria Homem e Contardo Calligaris conversam sobre gênero, sexualidade, maternidade e feminismo em novo livro da Papirus

Sempre polêmicas, as discussões sobre gênero estão cada vez mais em pauta, principalmente as questões envolvendo o feminino, que aparecem com muita força na atualidade. Para aquecer ainda mais esse debate e oferecer novos pontos de vista, a Papirus 7 Mares lança o livro Coisa de menina? Uma conversa sobre gênero, sexualidade, maternidade e feminismo (128 pp., R$ 34,90), dos psicanalistas Maria Homem e Contardo Calligaris.

Na sociedade em que vivemos ainda imperam o machismo e a misoginia. As mulheres acabam sendo as vítimas mais frequentes de assédio e violência, julgadas de maneira preconceituosa muitas vezes por elas mesmas. “A nossa cultura é fundada não apenas no domínio sobre as mulheres, mas no ódio pelas mulheres”, diz Contardo. “Ao longo de muitos séculos, a sexualidade feminina só sobrevive à margem”, continua ele. Um fato curioso, porém, observa o autor, é a literatura erótica do século XX ser totalmente feminina. 

Além disso, as conquistas que as mulheres vêm obtendo — como a inserção no mercado de trabalho, a liberdade sexual, a possibilidade de decidir se e quando terá filhos etc. — parecem voltar-se contra elas mesmas, trazendo muitas vezes angústia, dúvidas, culpa e sofrimento. “A mulher tem, no mínimo, uma tripla jornada hoje. Ela tem múltiplas funções: é mãe na casa, cidadã na polis e trabalhadora no mercado. E existe ainda uma outra grande função que é exercida — ou demandada a ser exercida —, que é a de ser uma mulher desejada”, lembra Maria Homem. 

Onde erramos na revolução feminista? Será que demos tudo de graça e não negociamos? Somos verdadeiramente livres? Subjugadas e tolhidas em sua liberdade, num mundo que vê o pensamento cada vez mais polarizado, algumas mulheres se calam diante dessas questões, mas outras, e também outros (afinal, o feminismo não é só coisa de menina), como Maria Homem e Contardo Calligaris, buscam promover a livre reflexão para repensar o feminino, com coragem, franqueza e discernimento. 

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