Lançamento da Papirus Editora traz histórias de práticas educativas de atenção aos alunos, com o olhar sensível e afetivo dos professores
Lidar com crianças e jovens exige responsabilidade. Por isso, é essencial que na escola o professor consiga observar seus alunos e, assim, possa identificar dificuldades e agir. Educação como resposta responsável: Conhecer, acolher e agir (176 pp., R$ 48,90), escrito pela educadora Sonia Kramer, tem a ver com isso: a busca por práticas educativas que respeitem e acolham os alunos em suas diferenças e deficiências, auxiliando no desenvolvimento deles.
Essa obra reúne artigos, palestras, resultados de pesquisa e da escuta responsável, em creches, pré-escolas e escolas, discutindo práticas em educação, gestos, palavras e atos necessários para enfrentar desafios, conflitos e dificuldades. Segundo a autora, “conhecer o que as crianças fazem, sabem, gostam (ou não), procuram e inventam é requisito para que se possa – com condições concretas – pensar, formular, alterar e ajustar o currículo, rever atividades e projetos, reorganizar o espaço e redimensionar o tempo no planejamento diário e na orientação das práticas, propiciar interações e delinear os modos de gestão “.
Os capítulos desse livro relatam trajetórias de uma história voltada à perspectiva democrática, plural e diversa, com uma visão de mundo pautada na responsabilidade e na educação como resposta responsável, que precisa ser reflexão e resistência, impedir o que constrange ou subjuga as pessoas e sempre agir com e para a liberdade, contra qualquer forma de opressão, desigualdade e preconceito. Ao final de cada seção, há um texto marcado por uma forte situação pessoal da autora.
Educação como resposta responsável traz aflições como as de uma professora que não estudou tanto tempo para se acostumar a gritar, e de quem sente a insustentável leveza de ser e estar com crianças. Como diz a autora: “Educar requer reencontrar as histórias caladas ou esquecidas, criar práticas de pertencimento, com respeito e acolhimento das diferenças, com ações e gestos de cuidado nas políticas públicas, nas instâncias intermediárias e na dimensão micro da vida cotidiana”. Sonia Kramer convida você, leitor, a unir-se a ela e fazer parte desse movimento!
Sobre a autora:
Sonia Kramer é professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde coordena o curso de especialização em Educação Infantil, o grupo de pesquisa Infância, Formação e Cultura (Infoc) e o curso Trajetórias Judaicas. Sempre gostou muito de escrever, publicou livros e artigos sobre educação infantil e primeiros anos do ensino fundamental; infância, formação e histórias de professores; políticas públicas; leitura, escrita e literatura. Dentre os livros, destacam-se: Por entre as pedras: Arma e sonho na escola (Ática, 1993); Alfabetização, leitura e escrita: Formação de professores em curso (Ática, 1998); Infância, educação e direitos humanos (Cortez, 2003); Retratos de um desafio: Crianças e adultos na educação infantil (Ática, 2009); Educação infantil: Enfoques em diálogo (Papirus, 2011); Educação infantil: Formação e responsabilidade (Papirus, 2013); Likhtik/Iluminado (Viver com Yiddish, 2018); Ética: Pesquisa e práticas com crianças na educação infantil (Papirus, 2019).
Tem Walter Benjamin, Mikhail Bakhtin, e Martin Buber como seus principais autores de referência e, atualmente, é grande e especial seu interesse por textos literários de escritoras que escreviam e escrevem em Yiddish. Criou e coordena na PUC-Rio, com as professoras Marcia Antabi e Inès Miller, o núcleo “Viver com Yiddish: Pesquisas, cursos, projetos culturais”. Além de cursos e da pesquisa “Aprender e ensinar Yiddish como resistência e experiência identitária”, o núcleo oferece oficinas de Yiddish com crianças e organiza eventos de caráter acadêmico e cultural.