Livro discute a cultura de paz na perspectiva educacional e a educação para a paz como possibilidade pedagógica
Não é de hoje que questões referentes à cultura de paz e à educação para a paz têm sido objeto de estudos. Mas pensá-las como possibilidade pedagógica na educação torna-se cada vez mais fundamental. Para isso, a Papirus Editora lança Cultura de paz e educação para a paz: Olhares a partir da complexidade (400 pp.), livro de Nei Alberto Salles Filho, pesquisador que trabalha há mais de uma década com formação de profissionais nos campos da educação para a paz, dos direitos humanos e da mediação de conflitos.
Em pleno século XXI, ainda reproduzimos violências que pensávamos estar superadas com o desenvolvimento científico e tecnológico. Será que estamos destinados a uma cultura de violência, de fatalidades, de guerras entre países e pessoas, de violências encerradas em nossa vida como seres humanos? As diversas formas de violência, que vão desde a intolerância e as agressões físicas até a pobreza e a desigualdade social, compõem um cenário complexo e difícil de ser abordado adequadamente em nosso tempo.
Para lançar luz a todas essas questões, Salles Filho busca na teoria da complexidade proposta pelo sociólogo francês Edgar Morin as bases para interpretar os fenômenos presentes na reflexão sobre a paz e a violência. Para Morin, “quando falamos da crise da educação, o que vem primeiro à mente são os aspectos impressionantes, em todos os sentidos do termo, da violência na escola”. Desse caminho, abrem-se temas importantes para discussão no campo educacional: valores e direitos humanos, conflitologia e ecoformação.
No Brasil, desde 2018, a cultura de paz e a prevenção das violências estão inseridas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de modo que fundamentar esse campo de saber é urgente e necessário para a qualificação das convivências escolares, isto é, para que haja mais diálogo, mais democracia e mais cidadania, aspectos centrais para o desenvolvimento da civilização.
Cultura de paz e educação para a paz: Olhares a partir da complexidade está organizado em três capítulos: o primeiro considera aspectos centrais da teoria da complexidade, aprofundando a discussão sobre a cultura de paz. No segundo capítulo, são apreciadas as dimensões educacionais do pensamento de Edgar Morin, analisando os fundamentos conceituais e metodológicos da educação para a paz. No terceiro, Salles Filho propõe a construção de cinco pedagogias da paz: a pedagogia dos valores humanos, a pedagogia dos direitos humanos, a pedagogia da conflitologia, a pedagogia da ecoformação e a pedagogia das vivências/convivências.
Para o autor, “uma cultura de paz se faz com uma educação para a paz”. Lembrando que a cultura de paz cabe e vale para todos os seres humanos, em defesa de um mundo melhor, mais solidário, justo e sustentável.
Sobre o autor:
Nei Alberto Salles Filho é mestre (Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep) e doutor (Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG) em Educação, com pós-doutorado (Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR) em Ensino de Ciência e Tecnologia. Atua na UEPG, onde dá aulas na pós-graduação em Ciências Sociais Aplicadas e participa como pesquisador nos grupos: Cultura de Paz, Direitos Humanos e Sustentabilidade e Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas. Também é coordenador do Núcleo de Estudos e Formação de Professores em Educação para a Paz e Convivências (NEP/UEPG) e trabalha há mais de uma década com a formação de profissionais nos campos da educação para a paz, dos direitos humanos e da mediação de conflitos.