7 mares

Da negação ao despertar!

Monja Coen reflete, em novo livro da Papirus, sobre os efeitos do negacionismo em tempos de pandemia

Quando algo causa medo, tristeza ou deixa à mostra o nosso desconhecimento, muitas vezes nosso primeiro impulso é negar aquilo que nos traz esse desconforto. Ao negarmos a realidade, vivendo como se nada estivesse acontecendo, ela deixa de ser diferente? Da negação ao despertar: Ensinamentos da Monja Coen (Papirus 7 Mares, 112 pp., R$ 42,90) — escrito pela fundadora da comunidade zen-budista Zendo Brasil, Monja Coen, durante a pandemia de Covid-19 — reflete sobre os efeitos do negacionismo, de qualquer ordem, e ressalta que devemos negar, sim, o erro, o falso e, desse modo, estaremos afirmando a verdade e o bem.

Mesmo com um vírus que já fez milhões de vítimas, em todo o mundo, ainda existem pessoas que negam veementemente esse cenário e as recomendações dos cientistas. “Quando enfrentamos as crises com a visão correta, somos capazes de decisões acertadas que beneficiam todos”, explica a missionária, lembrando que todos nós podemos mudar, sem nos agarrarmos ao falso. Segundo ela, “quem se recusa a mudar é como alguém que, brincando de cabra-cega, não tira a venda dos olhos. Tateando nas trevas, pensa que as pernas do elefante são colunas; seu corpo, uma parede”.

Se negarmos a realidade, onde estaremos? “Tentando subir por pedras escorregadias, sem ter onde segurar nem com os pés nem com as mãos”, responde a Monja. “Entretanto, se eu conseguir abrir minhas mãos dos meus pareceres sem sabedoria e permitir, a mim mesma, mudar meu olhar e procurar um outro caminho de escalada, verei que, bem ao meu lado, há uma subida natural e leve. O esforço sem esforço”, ensina ela.

Da negação ao despertar mostra que há sempre um caminho do meio e que somos responsáveis por nossas escolhas e pelos padrões que desenvolvemos. Daí, a importância de desaprender, de desapegar, de soltar para reler a própria história, seus livros antigos e novos e reescrever a vida.

Um dos ensinamentos trazidos nesse livro mostra que não temos como mudar uma realidade que se coloca contra a nossa vontade, mas certamente podemos mudar o modo como pensamos e agimos diante dela. Dessa forma, ter a consciência dos fatos é fundamental para que possamos despertar, rever nossos comportamentos e transformar o mundo em que vivemos. “Todas as possibilidades estão bem aqui, à nossa disposição. Podemos escolher. Podemos abrir e dar novos rumos à existência pessoal e social, coletiva. A escolha é nossa. De cada um de nós”, conclui Monja Coen.

Há tempo de chegar e tempo de partir

Tempo de juntar e tempo de separar

Pessoas sábias leem os sinais do Caminho

Sem forçar, sem brigar, adentram a senda.

Livre e responsável caminha quem despertou.

Não ofende e não é ofendida a pessoa capaz de se conhecer.

O tempo passa e nós passamos

Passarinhando.

Não negue o esperançar.

Podemos.

Devemos.

Faremos.

Mãos em prece

Monja Coen

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