Lançamento da Papirus dá voz às mulheres para pensar e debater a criação artística audiovisual feminina
O termo “empoderamento feminino” vem ganhando cada vez mais visibilidade. Se, no passado, as mulheres não conseguiam mostrar o seu valor, hoje elas estão atuando em todas as áreas, inclusive naquelas que eram dominadas pelos homens. Ao encontro desse momento, a Papirus lança Feminino e plural: Mulheres no cinema brasileiro (240 pp., R$ 62,90), livro organizado por Karla Holanda e Marina Cavalcanti Tedesco, que traz histórias e reflexões sobre mulheres cineastas, reforçando sua presença artística em momentos marcantes do audiovisual nacional.
Essa obra não faz apenas um resgate histórico do cinema brasileiro feito por mulheres, traz também uma abertura estratégica do pensamento crítico feminista no campo do cinema. “Uma publicação que dá voz às mulheres para pensar e debater sua criação artística audiovisual, divulgar novas formas e caminhos de pesquisa e reflexão e, consequentemente, potencializar seu poder de interpelação na criação e na política”, afirma Heloísa Buarque de Hollanda, no Prefácio.
Os textos reunidos nessa coletânea contribuem para o desmembramento de novas investigações, para atender a uma demanda por mais conhecimento sob esse viés e ainda ser instrumento de discussões em cursos na área do audiovisual. Buscam também abranger diversos períodos da história do cinema nacional, com pontos de vista e tons variados, de acordo com a perspectiva de cada autor, demonstrando a pluralidade do feminino.
“O que nos propusemos com esse livro”, explicam as organizadoras, “foi reunir pesquisas desenvolvidas nos últimos anos que têm iluminado realizadoras e obras pouco conhecidas e estimular outras, convocando mais pessoas a transferir seus repertórios teóricos e metodológicos ao recorte de autoria feminina, o que certamente resultará em investigações inéditas e estabelecerá relações e associações pouco exploradas”.
Para elas, “há toda uma história a ser construída, se considerarmos que a história do cinema contemplou, praticamente, apenas a parte masculina, o que tem feito emergir muitas mulheres do cinema, não somente diretoras. O terreno é muito vasto, ainda há muito a ser ocupado, a ser compreendido. A tarefa é enorme e, certamente, não se esgota nessa coletânea”.
Feminino e plural: Mulheres no cinema brasileiro é leitura obrigatória para estudantes, professores, pesquisadores e profissionais da área do audiovisual e agrega novos instrumentos críticos e historiográficos essenciais à Primavera das Mulheres no Brasil, que ganha força a cada dia.
Sobre as organizadoras:
Karla Holanda, doutora em Comunicação, é professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (UFF). Desenvolve os projetos de pesquisa “Documentaristas brasileiras” e “Cartografia do documentário brasileiro”, banco de dados on-line iniciado com a colaboração de alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde foi professora entre 2011 e 2017. É também cineasta, tendo dirigido, entre outros filmes, Kátia.
Marina Cavalcanti Tedesco é diretora de fotografia e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), além de fundadora e curadora do cineclube Quase Catálogo. Dentre suas principais publicações, destacam-se Brasil–México: Aproximações cinematográficas e Corpos em projeção: Gênero e sexualidade no cinema latino-americano.
Participam também dessa coletânea:
- Alcilene Cavalcante
- Alessandra Soares Brandão
- Ana Maria Veiga
- Ceiça Ferreira
- Daiany F. Dantas
- Denise Tavares
- Edileuza Penha de Souza
- Érica Sarmet
- Gilberto Alexandre Sobrinho
- Ilana Feldman
- Isaiana Santos
- Luciana Corrêa de Araújo
- Luís Alberto Rocha Melo
- Mariana Ribeiro Tavares
- Marina da Costa Campos
- Ramayana Lira de Sousa
- Renata I.F. Nolasco
- Roberta Veiga
- Rubens Machado Júnior
- Sheila Schvarzman