7 mares

Pais ou reféns dos filhos?

Ilan Brenman traz reflexões sobre infância, família, educação, cultura e tecnologia em novo livro da Papirus 7 Mares

Como a criação, a educação e o ambiente familiar podem moldar as crianças? Quais são os pressupostos básicos para ser pai e mãe? Você educaria seu filho da forma como foi educado? Em seu novo livro — Pais ou reféns dos filhos? Reflexões sobre infância, família, educação, cultura e tecnologia no mundo contemporâneo (208 pp., R$ 45,90) —, o escritor e educador Ilan Brenman discorre sobre o que considera uma das invenções mais revolucionárias e importantes para a humanidade e tudo que a envolve: a infância.

Nessa obra, Ilan volta seu olhar para a relação entre pais e filhos. “Elas, as crianças, conseguem construir pontes e atravessá-las”, afirma o autor. “Acontecem quedas, retrocessos, sim! Mas elas atravessam”, continua. Diferentemente dos adultos que, às vezes, acabam incentivando as crianças a pegarem suas picaretas para, pouco a pouco, destruírem essas pontes. “Ingenuidade ou não, quero acreditar que podemos, através da educação – única forma possível de manter as crianças construtoras de infinitas pontes –, provocar uma profunda mudança num mundo repleto de dobras”, diz ele.

Além de questões como a adultização da infância e a necessidade de pertencimento, Brenman discute também, nesse livro, os dilemas morais. Como é possível fazer para que os filhos tenham o equipamento mental necessário para a compreensão dos dilemas que viverão em suas vidas? Como ensinar o certo e o errado a eles? Segundo o escritor, “certo e errado serão a base da construção de suas escolhas”. Mas, como passar isso para as crianças? “As boas histórias infantis ajudam muito, e também o modelo que somos como pais, o que fazemos e o que falamos”, acredita.

Para Ilan, os pais precisam parar de superproteger os filhos das mudanças da vida. É importante, segundo ele, estar ao lado dos filhos, apoiando-os, compartilhando suas angústias, descobertas, conquistas e frustrações. Quando os pais desejam que os filhos vivam em uma felicidade perpétua, sem querer, acabam criando um ser humano com pouca capacidade de encarar os obstáculos do cotidiano, um sujeito preso a uma ilusão de eterno conforto e prazer.

Com isso, o autor afirma que uma das mais importantes habilidades que se pode legar aos filhos é a autonomia. Mas como podem alcançá-la? “É preciso deixar que as crianças se deparem com as mais diversas transformações e não entrar em desespero por eles e com eles. Dê um tempo para ver como lidam com as situações”, orienta Brenman. “Você vai se surpreender com os filhos que tem”, diz. “É evidente que, se o baque for muito grande, lá estaremos para ajudá-los, mas acreditemos que eles serão capazes de converter o novo em familiar”, finaliza.

A verdade é que educar não é uma tarefa fácil. Lembrando que diálogo, empatia e equilíbrio devem sempre permear a construção da história entre pais e filhos em busca de um futuro melhor, por isso, a importância dessa leitura a todos aqueles que convivem com crianças em seu dia a dia.

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Sobre o autor:

Ilan Brenman nasceu em Israel em 1973, mas veio para o Brasil ainda criança, em 1979. É psicólogo formado pela PUC-SP, mestre e doutor em Educação pela USP, onde pesquisou a influência do politicamente correto na literatura infantojuvenil e na formação das crianças. Ministra palestras por todo o Brasil e é considerado um dos mais importantes autores de livros infantis do país. Tem quase uma centena de títulos publicados, muitos deles premiados e também traduzidos em diversos países, como Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Suécia, Coreia e China. Seu best-seller é Até as princesas soltam pum, que já vendeu centenas de milhares de exemplares. Pela Papirus, publicou em parceria com Luiz Felipe Pondé o livro Quem tem medo do lobo mau? O impacto do politicamente correto na formação das crianças.

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