Clóvis de Barros Filho reflete, em novo livro, sobre as possibilidades de mudança no rumo da própria existência
“Reinvente-se! Mude agora! Prepare-se para o amanhã! Seja o autor da sua vida!” – Essas são frases que lemos e ouvimos a todo momento. “Tornar-se um outro” é anunciado quase como um dever existencial, como uma condição de sobrevivência. A fim de contribuir para a reflexão desse tema, tão em moda ultimamente, a Papirus lança livro do escritor, palestrante e comunicador Clóvis de Barros Filho — Reinventar-se: Uma necessidade, uma impossibilidade (7 Mares, 176 pp., R$ 49,90).
Mas será que se reinventar é tão simples? Mais: será mesmo algo possível? Reinventar-se de que modo? Para quê? Para quem? O que isso significa exatamente? E como a gente se inventa, em primeiro lugar?
O livro cuida de dois tipos de reflexão sobre o tema. O primeiro, teórico, trata do conceito de reinvenção de si mesmo e sua eventual pertinência. O segundo tipo, de natureza prática, avalia a possibilidade da implementação efetiva desse reinventar-se. Porém, essa não é uma obra conclusiva, ao contrário, o autor propõe uma investigação sobre outras propostas teóricas para enriquecer a discussão.
Reinventar-se é um termo que pode ser entendido de muitos modos, de acordo com o tempo e o lugar em que estivermos e com os recursos conceituais que conseguirmos mobilizar. E são justamente esses recursos que Clóvis de Barros Filho busca reunir em Reinventar-se: Uma necessidade, uma impossibilidade. Em tom de conversa com o leitor, tão característico do autor, ele apresenta algumas reflexões que ajudam a pensar sobre as possibilidades de gestão da própria vida.
Confira alguns trechos do livro:
“A vida social exige de seus atores uma identidade. Uma definição de si. Bem como uma máscara. Convertendo homens e mulheres em meros personagens a encenar uma trama imposta pelo resto da sociedade.”
“Não há ‘reinventar-se’ sem vontade. Toda gestão da própria vida, toda escolha de caminhos, toda deliberação e toda decisão de conduta encontram-se para além dos instintos.”
“Na existência humana, a natureza não dá conta de todas as respostas. Por isso, a vontade humana fala ainda quando a sua natureza já se calou. Facultando-lhe inventar, reinventar, criar, empreender, inovar etc.”
Sobre o autor:
Clóvis de Barros Filho é livre-docente pela Escola de Comunicações e Artes da USP, palestrante e mentor dos podcasts “Inédita Pamonha”, “#partiupensar” e “Lendo com o Clóvis”. Autor de 35 livros, pela Papirus publicou Ética e vergonha na cara! (com Mario Sergio Cortella), Corrupção: Parceria degenerativa (com Sérgio Praça), Felicidade ou morte (com Leandro Karnal) e O que move as paixões (com Luiz Felipe Pondé).